O ano que não existiu

O ano que não existiu

Como se fosse o quarto cavaleiro do apocalipse, partiu do oriente um “coronado” rei do mal, trazendo consigo a ceifadora para fazer sua coleta e para espalhar a morte em todo o mundo, mesmo aonde não havia guerra.

Sem poupar reis, rainhas, príncipes, nobres, ricos e pobres, globalizou uma onda de medo, desespero e confinamentos individuais; levou os humanos a reverem os seus conceitos e os seus princípios, e a mudar o foco da produção para a busca de almejada sobrevivência.

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Férias de Junho

Férias de Junho

Férias de Junho
Lembranças

Anos 50, a espera pelo dia de deixar o rebuliço da cidade e voltar a saborear a paz do campo era um sonho acordado sonhado a cada dia. Esquecia as agruras da quotidiana vida rural, rememorando apenas os belos momentos de fantasia infantil, às vezes tornados realidade.

Embarcar no trem de vagões de madeira, sentar naqueles bancos de assento e encosto de taliscas, olhar pelas janelas e ver as árvores correndo como se o trem estivesse parado, ouvir o apito triste da máquina: PIUÍ, PIUÍ; ah que saudade! 

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Cofinovisitantes

Cofinovisitantes

Na varanda do meu APÊ
Todo dia estão chegando
Não sei se  só passeando,
Ou se vêm para nos ver

Ora bebem água na fonte;
Ou sugam flores do jardim
Ou Ficam olhando para mim
Pela vidraça transparente.

Nesta inesperada realidade
Em isolamentos indesejados:
Somos humanos engaiolados,
À vista d’aves em liberdade.

JG 2020

Conhecer a si mesmo

Conhecer a si mesmo

“Nosce te Ipsum”

Esse antigo aforismo grego “Conhece-te  a ti mesmo” inscrito no Portal da entrada do Templo (Oráculo) de Apolo em Delfos tornou-se um desafio para a humanidade e particularmente para cada indivíduo.

Embora um sem número de Filósofos já se tenham debruçado sobre o tema, não bastam as suas sábias reflexões para satisfazerem a necessidade individual da busca. Prefiro admitir a máxima do multifuncional jornalista Millôr Fernandes: Livre pensar é só pensar.

Nesse “Livre Pensar”, surgem-me 4 ideias a desenvolver: 1 Comparação individual com outras pessoas; 2 Comparação com a própria sombra do passado; 3 Inserção na realidade atual e 4  Perspectivas do amanhã.

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Olhar Reverso

Olhar Reverso

Por trás de todo ser Belo e cativante,
Inda que pareça obra de celestial grandeza,
Há sempre oculto do olhar sem agudeza,
O espectro de um esqueleto horripilante.

Por trás dos reluzentes castelos e catedrais,
Em que se cantam louvores aos arquitetos,
Não vês as mensagens dos escravos analfabetos,
Gravadas nas intrigantes obras artesanais.

Por trás das enormes riquezas do velho mundo,
Que celebram e eternizam dinastias absolutas,
Não vês o sangue derramado em tantas lutas,
Pela plebe que amargurou sofrer profundo.

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Cantinho do Poeta

MALIK
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Louvemos neste poema
O neto de Manoelito,
Semente da Borborema
Germinada no Egito.

4NORDESTE
Destas serras do Nordeste,
Berço do cristianismo,
Saiu Mayara do agreste
Convertida ao Islamismo.

Flag-Pins-Egypt-BrazilNa Consagração do amor,
Ao coração de El Batran
O Divino encaminhou
Mayara – Nour Heshan.

vector-illustration-of-a-cute-lying-down-baby-in-diaper_127147217Nesse arco-íris traçado,
Unindo dois continentes,
Com Deus a Alá irmanado
Há duas famílias contentes.

22860869-happy-babyA ninguém cabe entender
Os traçados do destino;
Pois para MALIK nascer
Foi mesmo um plano divino.

vector-illustration-of-cute_smallNome forte e abençoado,
MALIK, em árabe é rei;
Nasce ungido e destinado,
A ser chefe em sua grei.

355ec0e9b5d28b6d89909e8187cfed84Para você, sobrinho neto,
O meu voto de confiança;
Pois o Supremo Arquiteto
Fez de você esperança.

 

Para onde vai a nossa República

Combalida República Brasileira

vergonha-de-ser-brasileiroJá faz um bom tempo, tive oportunidade de assistir algumas palestras proferidas por renomados cientistas políticos nas quais vi a exaltação da nossa democracia, do nosso sistema representativo de “poder que emana do povo e em seu nome é exercido” e, principalmente, da “maravilhosa oportunidade de mobilidade social ,” face a uma pirâmide a cuja ascensão todos teriam direito de acordo com a capacidade de fazer bom uso da sua liberdade de escolhas. Continuar lendo “Para onde vai a nossa República”

Ideologias

Para onde vai a nossa República?

República, Capitalismo e Comunismo

As Ideologias que proliferaram e foram testadas na Europa a partir da Revolução Industrial iniciada no século XVIII acompanharam a expansão do capitalismo pelo mundo ao longo do século XIX ; passaram a ser vivenciadas mais intensamente no século XX que veio a ser consagrado por sociólogos e cientistas políticos como “ o século das Ideologias”.

Uma clássica definição de ideologia nos diz que “Ideologia é um sistema de ideias, valores, interesses e sentimentos voltados para a ação e a mobilização dos indivíduos, com vistas a preservar, formar ou revolucionar determinada ordem social.

Da análise da definição clássica depreende-se que ideologia não é apenas um conjunto de ideias, mas um conjunto lógico com o propósito de motivar a ação e a mobilização imediata, para implementação política. Portanto, na atividade política uma ideologia caracteriza uma visão simplificada do mundo, e apresenta uma redução da complexidade dos problemas existentes,  prometendo soluções plausíveis. Continuar lendo “Ideologias”

Revoltas Aratacas II

Quebra-Quilo
(O  problema não são os nordestinos,
mas o descaso dos governos para com o Nordeste)

Imagem3As razões da revolta denominada Quebra – Quilos, ocorrida na Região Nordeste entre 1872 e 1877, também repousam, em parte, no pressuposto do analfabetismo e da falta de conhecimento para fazerem a conversão das medidas para o sistema métrico francês, adotado por Decreto imperial.

Até então, predominavam as antigas medidas lineares em palmos, jardas, polegadas, côvados, braças, léguas e os pesos das mercadorias eram calculados em arrobas e libras. Continuar lendo “Revoltas Aratacas II”

Revoltas Aratacas I

Imagem1Ronco das Abelhas
(O Problema não são os nordestinos, mas o descaso dos governos para com o Nordeste)

Fazendo uma releitura da história das revoltas populares ocorridas no Nordeste no governo imperial do século XIX, particularmente “ ronco das abelhas” e “quebra quilos”, constatamos que os narradores apresentaram a versão do ponto de vista elitista sem dar maior atenção a uma causa primordial: Reflexo do analfabetismo, ignorância e miséria impostos pelas elites à classe de trabalhadores rurais.

A vida na zona rural nordestina, desde a colonização, sempre foi marcada pela cultura escravocrata sob domínio dos grandes proprietários de terra que também estendiam o seu arbítrio sobre os “ trabalhadores livres”, mantidos em condições de miséria e excluídos do acesso à formação escolar básica.

Nos episódios do “Ronco das Abelhas”, o pensamento da elite governante a respeito do povo nordestino revoltoso ficou impresso nos documentos oficiais com estas referências: “povo mais miúdo”, “gente baixa”, “a maioria da população menos abastada”, “gente da última ralé”, “sem nenhuma importância social ou política”, ou ainda, “gente ignorante e fanática  sem plano nem direção.  Continuar lendo “Revoltas Aratacas I”