Ronco das Abelhas
(O Problema não são os nordestinos, mas o descaso dos governos para com o Nordeste)
Fazendo uma releitura da história das revoltas populares ocorridas no Nordeste no governo imperial do século XIX, particularmente “ ronco das abelhas” e “quebra quilos”, constatamos que os narradores apresentaram a versão do ponto de vista elitista sem dar maior atenção a uma causa primordial: Reflexo do analfabetismo, ignorância e miséria impostos pelas elites à classe de trabalhadores rurais.
A vida na zona rural nordestina, desde a colonização, sempre foi marcada pela cultura escravocrata sob domínio dos grandes proprietários de terra que também estendiam o seu arbítrio sobre os “ trabalhadores livres”, mantidos em condições de miséria e excluídos do acesso à formação escolar básica.
Nos episódios do “Ronco das Abelhas”, o pensamento da elite governante a respeito do povo nordestino revoltoso ficou impresso nos documentos oficiais com estas referências: “povo mais miúdo”, “gente baixa”, “a maioria da população menos abastada”, “gente da última ralé”, “sem nenhuma importância social ou política”, ou ainda, “gente ignorante e fanática sem plano nem direção. Continuar lendo “Revoltas Aratacas I” →