Vivendo…

Vivendo…

As nossas vidas, pessoais e individualizadas, seguem rumos surpreendentes. Uns atribuem o seu destino a um palco propício ao livre arbítrio, segundo o qual cada um faz suas escolhas e colhe resultados; outros creem no determinismo, resultante de causalidades circunstanciais; há ainda quem, por motivação religiosa, presume haver um fatalismo predeterminado por seres superiores. Da minha parte, comungo mais com o pensamento alinhado ao determinismo; mas admito que, em algumas circunstâncias, somos chamados ao livre arbítrio diante de múltiplas opções causais alternativas.

Seja como for, tive o privilégio de nascer na primeira metade do século XX e presenciar as maiores transformações ocorridas em tão pouco tempo:

  • Cheguei para contemplar, na região agreste nordestina, uma natureza exuberante de invejáveis fauna e flora, onde corriam rios de água cristalina.
  • Na inocente infância, andei livre pelos espaços abertos que tinham muitos donos, mas onde sempre havia um cantinho que podia chamar de meu.
  • Faço parte de uma família que é um cadinho onde se forjam mulheres e homens fortes capazes de viver para servir, sem subserviência.
  • Convivi com uma grande diversidade humana onde predominava o respeito sem a atual dicotomia “nós e eles”.
  • Passei pelo romantismo expresso nas letras, na música, nos hábitos e nos costumes.
  • Assisti ao movimento cultural tropicalista, a bossa nova, dancei e cantei o Rock Psicodélico dos Beatles.
  • Andei por lugares inóspitos pouco recomendáveis sem me comprometer.
  • Em convívio coletivo conheci muita gente boa, prestimosa, verdadeira e inspiradora.
  • As barreiras do meu caminho se transformaram em trampolim para conquistas profissionais, desportivas e sociais.
  • Apaixonei-me, desapaixonei-me e virei muitas páginas; amei, casei-me e a união eternizou o nosso amor além de nos premiar com dois filhos maravilhosos.
  • Combati o bom combate que me permitiu ir até onde achei que deveria chegar.
  • Vi alguns intrépidos humanos saírem do chão de terra batida para as conquistas espaciais e me adaptei ao modernismo das comunicações.
  • Impressiona-me agora a degradação da natureza, a desertificação ambiental, a incompetência humana para resolver os problemas que nós mesmos criamos.
  • Agora assusta-me essa atual expectativa de supremacia da inteligência artificial (IA). 
  • Enfim, vi o tempo passar e passei pelo tempo. Ainda nesta “quarta curva da estrada da vida”, sinto-me como aquele menino que esperava, um dia, poder passar por baixo do arco-íris. 
  • Então, só me resta dizer que a vida contemplativa em harmonia é o meu último reduto. Sem desistir de nada, conforta-me um antigo jargão militar que preconiza: Quando você pensar que a energia acabou, ainda restam quarenta por cento. Ah, Ah, Ah!

Vivendo AMO VOCÊS!

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