Menina mulher…tão cedo acordada de um sonho dourado, que a vida apagou!…
Num acerto apressado e sem mesmo poder… da noite pro dia … uma nova mulher.
Ignotos carinhos, prazeres remotos, em tudo deveres, labores em foco.
Por dias melhores, esperança sofrida, apelos à sorte que o tempo negou.
Advento da prole, inseguros cuidados; futuro incerto, labores a mais.
Por anos a fio, em ferrenha labuta; de tudo cuidando, esquecendo quem foi.
Às noites madruga, os dias são curtos, há tanto que falta… não pode parar.
Lutando e orando, por filhos adultos que vão e que veem…
Partidas sofridas, incontidos suspiros e lágrimas demais.
Na prece silente, somente saudade; saudade imensa que a alma corrói!
A alma que sofre à espera da volta, anseia um lampejo de amor e conforto.
Na idade avançada, saúde de menos, alquebrada postura, diminutos sentidos…
Aquela mulher que antes menina, esperava um afago…
Queria sentir o aconchego esquecido, e de justos “juízes”, a palavra final,
A dizer que aprovam seus feitos na vida…
E que digam a todos que foi boa mãe.
Em merecido repouso alcançado afinal…
À sombra da fé que pregou entre nos…
Dedicados esforços não foram em vão.
São órfãos os frutos da árvore que foi.
(José Geraldo – Jan 2015)
Que linda homenagem!
CurtirCurtir